sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Semana: cadeia produtiva traça rumos para a política do café no Brasil


 



- CNC e Sistema OCB proporcionaram debate sobre os rumos da política cafeeira no Brasil

RUMOS DA POLÍTICA CAFEEIRA NO BRASIL — Nos dias 18 e 19 de dezembro, o Conselho Nacional do Café (CNC), em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), realizou o seminário "Rumos da Política Cafeeira no Brasil", com o objetivo de se criar políticas estratégicas e estruturantes de pequeno, médio e longo prazos para o setor.

A abertura oficial do evento contou com a participação de Márcio Lopes de Freitas, presidente do Sistema OCB, Robério Silva, diretor executivo da Organização Internacional do Café (OIC), deputado federal Silas Brasileiro, presidente executivo do CNC, Breno Mesquita, presidente da Comissão Nacional do Café da CNA, Rita Milagres, Coordenadora Geral do Agronegócio do MDIC, João Rabelo, Secretário-Adjunto de Política Agrícola e Meio Ambiente do Ministério da Fazenda, Elmiro Nascimento, Secretário de Agricultura do Estado de Minas Gerais, e do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Andrade, que, em seu pronunciamento, manifestou total apoio ao agronegócio café.

Durante o seminário, foi realizado o painel “Perspectivas para o Mercado de Café”, que contou com a participação e os comentários de Oscar Schaps, global head de soft commodities da INTL FCStone Inc., Antônio Carlos Ortiz, vice-presidente do Rabobank Brasil, Luiz Otávio Araripe, analista da ValorCafé, Américo Sato, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), Roberto Paulo, diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics), e Carlos Alberto Paulino da Costa, presidente da Cooxupé.

Os palestrantes apresentaram seus pontos de vista a respeito do cenário mercadológico cafeeiro, apontando que a crise, como todas as anteriores, passará, entretanto não há como precisar uma data. Outro ponto levantado é que os produtores devem se atentar para, no próximo ciclo de alta de preços, não investirem em novos plantios sem um estudo da demanda atual e futura pelo produto, assim como fazerem um planejamento financeiro de sua atividade para que não se instale outra crise.

Após o painel, foram realizadas oficinas de estudo e proposições, as quais contaram com 10 representantes cada, que debateram diversos aspectos da cafeicultura para apresentar ações que tragam melhorias ao setor como um todo. Abaixo, destacamos os pontos principais levantados em cada uma delas.

O­ficina I: Garantia de Renda e Escoamento de Oferta

Objetivo: discussão de instrumentos para garantia de renda aos cafeicultores sem comprometer a fatia de mercado do Brasil.

Moderador: Breno Mesquita (CNA)
Os debatedores indicaram três pontos fundamentais para garantia de renda e escoamento de oferta. O primeiro foi a REDUÇÃO DE RISCO. A cadeia produtiva do café entende que, a esse respeito, necessita-se de diversificação da lavoura, ajuste na legislação trabalhista, melhor utilização de instrumentos de mercado existentes, ferramentas de mercado inovadoras, com envolvimento financeiro, não apenas público, mas também do setor privado, difusão para popularização junto aos produtores de ferramentas de hedge, "educar" o produtor com assistência técnica e extensão rural para melhorar a gestão da propriedade e melhorias na gestão do Funcafé.

REDUÇÃO DE CUSTO foi o segundo ponto fundamental apontado nessa oficina. Para combater e/ou reduzir os elevados gastos na produção, os participantes sugeriram diversificar a lavoura, ajustes na legislação trabalhista, assistência técnica e extensão rural, trabalhar para a criação do empreendedor individual rural, reconversão da lavoura e possibilidade para erradicação financiada e mecanização da cafeicultura de montanha.

A VALORIZAÇÃO DO PRODUTO foi o terceiro ponto chave indicado. Para se alcançar uma melhor remuneração pelo café, o setor apontou que são necessários incentivar novas formas de consumo além da bebida (cosméticos, culinária, etc.), valorização e fixação das origens produtoras (Identificação Geográfica) nas marcas, incentivar o consumo através de programas de marketing institucional (no Brasil) e global do café brasileiro, buscar parcerias com agências de promoção e exportação para ingresso em novos mercados, melhorar a utilização da linha de financiamento do Funcafé destinada ao marketing e a possibilidade de criação de uma linha diferenciada de financiamento para a aquisição de café por parte da indústria de solúvel.

Ofi­cina II: Estratégias para ampliação do Market Share do Brasil

Objetivo: discussão de estratégias para o fortalecimento da participação do Brasil nos mercados doméstico e internacional de café arábica, conilon, torrado e moído e solúvel.

Moderador: Guilherme Braga (CeCafé)
Os debatedores chegaram ao consenso que é necessário buscar PARCERIAS COM GRANDES TORREFADORAS INTERNACIONAIS para aumentar a participação de cafés brasileiros nos blendsmundiais, mencionando nas embalagens do produto que é composto por Cafés do Brasil. Definiu-se que o Brasil precisa investir no marketing dessas marcas.

As ZONAS DE PROCESSAMENTO DE EXPORTAÇÃO foram apontadas como um instrumento para ampliar a participação do café brasileiro nos blends internacionais, o que, entre outros fatores, possibilitaria a realização do DRAWBACK, com o Brasil importando café para industrializá-lo e reexportá-lo como maneira de incrementar seu market share, desde que seja contemplada a análise de pragas e doenças. Essa proposta propiciou longa discussão e ainda serão necessários novos debates a respeito.

A realização de um programa de MARKETING GLOBAL PARA O CAFÉ DO BRASIL também foi indicada nessa oficina, sendo este uma das maneiras de ACABAR COM A DISCRIMINAÇÃO EXTERNA sobre o produto, haja vista que nosso café é taxado nos países da União Europeia, na China e em outros mercados, ao passo que nossos concorrentes, como Colômbia e nações da América Central não têm a incidência desses impostos para ingressar nos mesmos mercados.

Voltando os olhos para o mercado interno, o setor indicou que é preciso mostrar que o CAFÉ VAI MUITO ALÉM DOS BENEFÍCIOS QUE GERA À SAÚDE. Os debatedores recomendaram, entre outros pontos, que se demonstre que a bebida está aliada ao bem estar e ao esporte, o que atrairia mais jovens para o consumo. Por fim, houve menção ao PROCESSO DE INOVAÇÃO INTENSIVA, focando o desenvolvimento de máquinas, cápsulas, sachês, filtros e “dose a dose” – realizando um trabalho paralelo de educação do consumidor –, almejando incrementar a demanda pela bebida.

Ofi­cina III: Cafeicultura e Cooperativismo

Objetivo: debater instrumentos específicos para o fortalecimento das cooperativas de café

Moderador: Carlos Augusto Rodrigues de Melo (Cooxupé)
Os integrantes, inicialmente, propuseram ações externas às cooperativas. Nesse ponto, entendem que é preciso levar o cooperativismo a áreas fundamentais do ensino, com a criação de uma disciplina específica sobre o tema para formar jovens cooperativistas.

A respeito das ações internas, foi apontada que haja uma ADMINISTRAÇÃO QUE CONTEMPLE O SISTEMA DE GOVERNANÇA, com gestão profissional voltada para qualidade e resultados, incluindo, dessa maneira, PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE CURTO, MÉDIO E LONGO PRAZOS. A CONSTRUÇÃO DE UMA REDE DE RELACIONAMENTO COM FORNECEDORES E CLIENTES e TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO DE NOVAS LIDERANÇAS também foram citados como fundamentais para o futuro cooperativista do café no Brasil.
Destacou-se que, nas cooperativas, o FOCO TEM QUE SER DO COOPERADO E NÃO NO COOPERADO, pois assim será possível trabalhar com demandas direcionadas por eles, conforme a realidade que vivenciam, e não impostas por diretorias. Por fim, foi indicado que é necessário um bom RELACIONAMENTO COM INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS, como, por exemplo, o BNDES, haja vista que as cooperativas possuem menos capital de giro do que empresas; CRIAÇÃO DE LINHA DE CRÉDITO PROLONGADA PARA REARRANJO DAS COOPERATIVAS para a formação de alianças estratégicas; INTERAÇÃO DAS COOPERATIVAS NO CONSÓRCIO PESQUISA CAFÉ, para que os projetos de pesquisa sejam realizados conforme a encomenda das mesmas; e MUDANÇA TRIBUTÁRIA, de forma que as cooperativas tenham compensação em alguns tributos, como, por exemplo, PIS/COFINS.

MERCADO — Embora os preços futuros do café arábica tenham apresentado tendência de desvalorização, não houve perda significativa após a recuperação do final da semana anterior. O vencimento março de 2014 do contrato C encerrou a quinta-feira a US$ 1,1375 por libra-peso na Bolsa de Nova York, representando queda acumulada de 150 pontos. Além da alta do dólar, a desvalorização também foi motivada pela redução dos preços futuros do café robusta na Bolsa de Londres, observada nesta semana, que voltou a ampliar a arbitragem entre os terminais.

Na NYSE Liffe, a queda das cotações do conilon foi mais acentuada devido ao aquecimento das vendas de café pelo Vietnã. Segundo a Agência Bloomberg, produtores vietnamitas venderam de 10% a 12% da safra na última semana e as expectativas são de que a comercialização atinja 30% da safra antes do feriado do Ano Novo no país asiático (final de janeiro/início de fevereiro). Porém, o baixo nível dos estoques de robusta e a possibilidade de nova retração de vendas pelo Vietnã são fatores que podem limitar perdas mais acentuadas. O vencimento março de 2014 do contrato 409 da bolsa londrina perdeu US$ 115 até o fechamento de ontem, que se deu a US$ 1.684 por tonelada.

O dólar valorizou-se com a decisão do Banco Central dos Estados Unidos (FED, em inglês) de reduzir em US$ 10 bilhões seu programa mensal de aquisição de ativos. O montante de compras mensais de bônus do Tesouro e títulos hipotecários diminuirá dos atuais US$ 85 bilhões para US$ 75 bilhões a partir de janeiro de 2014. Seguindo a tendência internacional, a cotação do dólar no Brasil apresentou alta acumulada de 0,6%, voltando a operar acima do patamar de R$ 2,35 a partir do fechamento de ontem.

No mercado doméstico brasileiro, os preços do café arábica apresentaram pouca variação, com o indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) permanecendo ao redor do patamar de R$ 277,00 por saca durante a maior parte da semana. Já o indicador para a variedade conilon acompanhou o desempenho do mercado internacional e sofreu desvalorização de 4,6%, encerrando a quinta-feira a R$ 217,79/sc.



AGRADECIMENTO — O Conselho Nacional do Café destaca que o seminário “Rumos da Política Cafeeira no Brasil” é o marco inicial de uma reação de todo o segmento em relação aos baixos preços praticados no mercado e agradece toda a equipe do Sistema OCB, em especial o presidente Márcio Lopes de Freitas, pelo empenho prestado para a realização do evento. Aproveitamos para também agradecer os participantes que abrilhantaram o evento com seu conhecimento e possibilitaram a abertura de um caminho lúcido que possamos percorrer em busca de soluções emergenciais e de médio e longo prazos para a cafeicultura brasileira em meio ao atual cenário de crise. Muito obrigado a todos, um feliz Natal e um Ano Novo repleto de paz, harmonia, saúde e realizações pessoais e profissionais!
Atenciosamente,
Dep. federal Silas Brasileiro
Presidente Executivo do CNC



Conselho Nacional do Café — Assessoria de Comunicação
Jorn. Resp.: Paulo André Colucci Kawasaki (Mtb. 43.776 / SP)
Contatos: (61) 3226-2269 / 8114-6632 / imprensa@cncafe.com.br / @pauloandreck

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