O Bancada Rural deste final de semana discute o momento de crise que a cafeicultura
brasileira está passando. O clima no início deste ano não foi bom para
produção de café no Sudeste do país. A estiagem prejudicou o
desenvolvimento das lavouras e as perdas podem chegar a 30% em São Paulo. Já em Minas Gerais beira aos 80%, onde além do clima, a broca do café
contribuiu para destruição das lavouras. A soma desses fatores alerta o
setor para a possível redução de oferta na safra 2014/2015, que já
reflete na alta dos preços.
O
diretor do departamento de Café do Ministério da Agricultura, Jânio
Zeferino da Silva, destaca que o governo já está preparando liberação de
linhas de crédito para ajudar o cafeicultor.
– O ministério
está avaliando a extensão efetiva dos impactos do verão na produção da
safra 2014/2015 e da safra 2015/2016. Sabemos que haverá impacto, a
Conab está fazendo levantamento de campo para medir isto. Estamos
preparando a liberação das linhas de financiamento para esta safra, já
está no Conselho Monetário Nacional (CMN) o orçamento recorde de crédito
no valor de R$ 3.800 bilhões para custeio, comercialização, compra de
café pelos exportadores, recurso para indústrias de café solúvel,
torrado e moído. Desta forma, antecipando recursos, o produtor não irá
precisar vender café agora e contribuir para perda de preço do produto
no futuro. Vamos planejar ações para os próximos dois anos – salienta
Silva.
De acordo com o cafeicultor, Luiz Hafers, é preciso
aumentar a interlocução entre governo, exportadores, consumidor e
produtores.
– É preciso montar um quadro a longo prazo. Estamos
vivendo uma total ruptura do passado. Acredito que o Brasil vá ficar
importante em café. Para isso, precisa produzir 50 milhões de sacas por
ano, porém este ano não vai produzir, mas acredito que podemos chegar
perto – diz Hafers.
Segundo Ivan Wedekin é preciso esperar o
levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Para
ele, uma quebra de safra dessa magnitude, de até 50% em algumas regiões,
teria uma impacto ainda maior nos preços.
– Antes de acreditar nesses números que estão sendo ditos, prefiro
aguardar a avaliação da Conab. É difícil já prever uma quebra não tão
grande e dizer que já compromete a safra do ano que vem. Acho exagero –
diz Wedekin.
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