sábado, 7 de dezembro de 2013

Senadores buscam soluções para cafeicultores prejudicados por geadas e queda de preço


Iara Guimarães Altafin

Autoridades e senadores buscam saídas para a cafeicultura
Preocupados com a redução da participação do café brasileiro no mercado mundial, as seguidas quedas do preço do produto e os prejuízos causados nas lavouras pelas geadas de julho e agosto, os senadores da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) discutiram nesta quinta-feira (5), com autoridades do setor, medidas para ajudar os cafeicultores a superarem a má fase.
Como medida emergencial, foi apontada a necessidade de aumentar os recursos para o programa de Aquisição do Governo Federal (AGF), acionado sempre que o preço de mercado fica abaixo do preço mínimo do produto, definido pelos órgãos governamentais. Também foi discutida a ampliação das medidas de recuperação de lavouras e de investimentos em armazéns, para que os produtores tenham a possibilidade de esperar pela melhoria dos preços.
Ao lado dessas medidas, o governo federal dá início a um programa de incentivos para a diversificação da produção, para que os produtores possam contar com a renda de outras culturas nos momentos de crise na cafeicultura.
– Nós estamos trabalhando para lançar em 2014 o Plano de Reconversão da Atividade, com investimentos [em outras atividades] para que, quando houver uma crise, haja uma porta de saída com dignidade. Não estamos trabalhando para reduzir a produção de café ou para tirar as pessoas do campo, mas para criar uma nova alternativa de renda no meio rural – afirmou o Diretor do Departamento do Café da Secretaria de Produção do Ministério de Agricultura, Janio Zeferino da Silva.
Ele desaconselhou o aumento das áreas de produção de café neste momento e apontou medidas necessárias, já adotadas pelo governo, como a correção do preço mínimo do produto e a renegociação de dívida dos produtores.
Disputa por mercado
O presidente do Conselho Nacional do Café, Silas Brasileiro, explicou que os problemas atuais resultam da queda nas vendas aos Estados Unidos e a países europeus, que reduziram seus estoques em consequência da crise na economia mundial. Também o crescimento da produção de café nos países asiáticos tem contribuído para reprimir o mercado para o produto brasileiro.
– O Vietnam produz 39 sacos por hectare e não tem nenhuma legislação trabalhista. Lá trabalham crianças de sete anos, de 10 anos, trabalham senhoras, sem registro, sem nenhum respeito ao meio ambiente – disse, ressaltando que a produtividade média no Brasil está em torno de 21 sacos por hectare e que o país tem rígida legislação trabalhista e ambiental.
Como resultado, há hoje excesso de oferta no mercado interno, o que levou a uma queda de 35% no preço recebido pelo cafeicultor brasileiro, conforme informou o senador Acir Gurgacz (PDT-RO).
– A saca de sessenta quilos de café Arábica está sendo vendida a R$ 235 e a do café Robusta ou Conilon, a R$ 165. É o menor preço nos últimos cinco anos – disse.
Além disso, as lavouras de café da Região Sul, em especial no Paraná, foram muito danificadas pelas geadas nos meses de inverno, como conta o senador Sérgio Souza (PMDB-PR).
– Desde 1975 não fazia tanto frio no Paraná e as geadas não dizimavam tantas lavouras. Acreditamos que perto de 90% dos cafezais do Paraná foram dizimados pelas geadas desse ano.
Papel social
Sérgio Souza observou que a cafeicultura é uma atividade de relevância não apenas econômica, mas também social, pelo número de empregos que gera. Também o senador Waldemir Moka (PMDB-MS) e a senadora Ana Amélia (PP-RS) ressaltaram a importância da cultura para a agricultura familiar e o desenvolvimento do país.
Ao concordar com os parlamentares, o diretor de Economia Rural da Secretaria de Agricultura do estado do Paraná, Francisco Carlos Simioni, informou que 15 mil famílias vivem da produção de café no estado. Ele observou que o seguro oferecido aos agricultores que perderam suas lavouras, o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), é formatado para culturas anuais, como milho e soja, não sendo adequado às especificidades da cafeicultura.
– Proagro garante a atividade por um ano, só que o café é uma cultura bianual. A geada deste ano vai afetar a produção de 2014 e 2015. Então, é preciso que a legislação do Proagro seja alterada – opinou.
Apesar dos problemas, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) lembrou que o consumo de café vem crescendo em todo o mundo.
– A impressão que tenho é que mais e mais pessoas no mundo tomam café, mesmo em países onde não se tomava tanto café, como na China e no Japão. E há cada vez mais estabelecimentos que se especializam em café ­– disse.
Agencia do Senado

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