terça-feira, 3 de julho de 2012

Campo terá crédito mais barato, depois de safra ruim


O governo anunciou com alarido o plano de financiamento da nova safra agrícola, que começou oficialmente no fim de semana


O governo anunciou com alarido o plano de financiamento da nova safra agrícola, que começou oficialmente no fim de semana. "É o maior e o melhor da história", disse o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, até então com uma tímida atuação à frente da pasta. "Esse Plano Agrícola e Pecuário, com crédito rural, preço mínimo e seguro agrícola, vai contribuir para que o Brasil contabilize a maior safra já produzida", disse o ministro. O Brasil poderá colher até 170 milhões de toneladas de grãos nesta temporada, prevê o ministro. 

Nem todos compartilham esse entusiasmo. Para começar, o financiamento pouco cresceu. O volume de recursos alocado para esta safra é de R$ 115,2 bilhões, com um aumento nominal de 7,5% em comparação com os R$ 107 bilhões da temporada anterior, pequeno considerando-se que a inflação foi de 6,5% no ano passado. O financiamento ao custeio, que beneficia a compra de fertilizantes, sementes e defensivos e os programas de comercialização, cresceu mais, 8,3%, para R$ 86,9 bilhões. Mas os recursos para investimentos, como compra de máquinas agrícolas, irrigação e armazenagem, aumentaram apenas 4,81%, para R$ 28,3 bilhões. 

Os custos do crédito foram, porém, realmente reduzidos. Do total oferecido para o financiamento e custeio, 81,2%, ou R$ 70,5 bilhões, terão juros controlados, um aumento de quase 10% em relação à safra passada. Já no crédito para investimento, aumentou a oferta de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com juros subsidiados. 

Para os grandes produtores rurais, a taxa controlada foi reduzida de 6,75% para 5,5%; e para os médios, de 6,25% para 5%. As cooperativas também foram beneficiadas com a redução da taxa de juros para capital de giro de 9,5% para 9%. 

Também fez parte do pacote o aumento dos preços mínimos de algumas commodities, a ampliação da cobertura de seguro e a expansão da oferta de recursos pelos bancos privados. O Conselho Monetário Nacional reduziu o adicional de recolhimento compulsório dos bancos sobre os depósitos à vista de 12% para 6%, o que engrossou em R$ 14,8 bilhões a oferta de recursos para a agropecuária. Para garantir que os recursos liberados sejam corretamente canalizados para o setor, o repasse obrigatório dos bancos ao crédito rural foi ampliado de 28% para 34% dos depósitos. 

Além disso, o governo está pensando em recriar uma agência nacional de assistência técnica e extensão rural com cooperação dos ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário e da Embrapa, nos moldes que existiu no passado até ser extinta pelo governo Collor. 

A agropecuária foi o setor da economia que teve o pior comportamento no início do ano, abalada pela quebra de safra de soja, arroz e fumo, causada pela seca na região Sul e parte da Sudeste. A safra de 2011/12 deve ficar em 160 milhões de toneladas, 1,7% menor do que a anterior, na previsão da Conab. Segundo o IBGE, a produção de soja deve cair 11,4%; a de arroz, 13,8%; e a de fumo, 15,8%; já a de milho deve crescer 19,5%, e a de algodão, 1,6%. 

No primeiro trimestre, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) teve um crescimento de 0,8% em comparação com igual período de 2011, a agropecuária caiu 8,5%, a indústria ficou praticamente estagnada com 0,1%; e os serviços cresceram 1,6%. 

O início ruim levou o Banco Central (BC) a revisar para baixo as previsões para o ano. De acordo com o relatório de inflação que acaba de divulgar, o BC espera que a produção agropecuária deverá fechar o ano com queda de 1,5%. Todos os outros setores da economia deverão mostrar crescimento no ano, sendo de 1,9% a indústria e 2,8% os serviços. Será um quadro bem diverso do registrado em 2011, quando a agropecuária cresceu 3,9% e garantiu a expansão de 2,7% do PIB, enquanto serviços cresceram 2,7% e a indústria, 1,6%. 

Esses números devem ter levado o governo a reforçar o financiamento da nova safra, até porque o governo conta com o setor agrícola como boia na turbulência internacional. Como disse a presidente Dilma Rousseff na apresentação do plano, a "agricultura exerce um papel essencial no enfrentamento da crise internacional porque o nosso agronegócio tem potencial de gerar renda, emprego e de mostrar que o Brasil consegue criar uma relativa proteção em relação aos efeitos perversos dessa crise de dívida soberana e de dívida bancária que afeta o mundo".

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