segunda-feira, 7 de julho de 2014

Dificuldades na adoção de novas variedades no Brasil


Por José Braz Matiello e S.R de Almeida - do Mapa e da Fundação Procafé




Não basta uma nova variedade de café ser produtiva, vigorosa e resistente. Ela tem que vencer os desafios na sua adoção. Por isso, o uso de novas variedades, lançadas nos últimos anos, tem sido lento e elas acabam sendo pouco plantadas, mesmo diante de suas características vantajosas.

O problema já começa na indicação das variedades, pelas diferentes Instituições envolvidas no desenvolvimento dos materiais genéticos. O sistema tecnológico em vigor é muito regionalizado, sem uma efetiva coordenação técnica centralizada, difícil pela própria natureza do modelo, composto por diferentes entidades. Nessa condição, cada Estado apresenta suas próprias indicações, quando se sabe que regiões cafeeiras ambientalmente semelhantes permeiam diferentes Estados.

Um segundo obstáculo é a falta de conhecimento, dos Técnicos de AT e dos cafeicultores, sobre as características das novas variedades e suas qualidades em relação às cultivares atualmente mais plantadas – Catuai e Mundo Novo. Nesse aspecto, sabe-se que essas cultivares , em maior uso, são bastante produtivas e vigorosas. Tanto assim, que elas têm servido de base para cruzamentos, visando incorporar-lhes outras características genéticas, como a resistência a pragas e doenças. No entanto, as novas variedades, avaliadas usando os padrões comparativos (Catuaí e MN), tem apresentado desempenho superior a eles.

O terceiro tipo de problema de adoção de uma nova tecnologia é a tradição, o costume, o anterior, difícil de ser ultrapassado. Tem sempre o advogado do diabo, apontando riscos, dizendo que aquilo já foi mal no passado e desaconselhando a mudança.

Existem, por outro lado, muitos bons exemplos de sucesso na adoção de novas variedades. Aqui no Brasil, entre as décadas de 1970-80, adotou-se, maciçamente, o Catuai e o MN, em substituição às variedades antigas - Bourbon, Sumatra e Caturra. Na Colombia, primeiro foi a substituição do Typica pelo Caturra e, mais recentemente, a substituição deste, pelas variedades Colombia e Castilla, com resistência à ferrugem.

Critica-se a disponibilização de materiais genéticos resistentes à ferrugem, que muito interessam a outros países. No entanto, aqui dentro do nosso país eles não vêm tendo o devido valor.

Tem sido feitas muitas ações para aumentar a adoção das novas variedades de café. Sabe-se que, a qualquer tropeço, vem logo a cobrança. Isto acontece, sempre, a quem algo faz, pois todos estamos sujeitos a erros, embora a experiência de campo, acumulada no espaço, com testes em muitas regiões, e tempo, decorridos muitos anos dos ensaios, mostram segurança nas nossas indicações.

Precisamos inovar mais. Afinal, a transformação da cafeicultura brasileira, a qual se tornou mais produtiva a partir da década de 1970, com a renovação de cafezais, é fruto da evolução ocorrida, em termos de novos espaçamentos, adubações racionais, mecanização, controle de pragas e doenças, melhoria de qualidade etc. Devemos continuar as mudanças, pois, agora, a indicação de novas tecnologias pode ser feita ainda com mais segurança do que na renovação passada.
Fonte: Funcafé
Notícias Agrícolas

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