No dia 14/02/14, o grupo GTEC
Café Cooperativas se reuniu no auditório da Cooxupé para discutir as condições
das lavouras cafeeiras.
O grupo formado pelos
departamentos técnicos das cooperativas Cooxupé, Cocatrel, Cooparaíso, Cocapec,
Copermonte, Comap, Coperrita, Cocarive, Coopinhal, Cara, Copama, Copervas,
Capebe, Copercam e Minasul abrange as regiões Sul/Sudoeste e Cerrado de Minas
Gerais e Alta Mogiana, no estado de São Paulo.
Condições dos plantios
Na região
Sul/Sudoeste de Minas Gerais foi evidenciado atrasos de até 70% nos plantios,
enquanto que em outras regiões, como Cerrado (Minas) e Alta Mogiana (São
Paulo), o plantio já ocorreu.
Outro
fato relatado durante a reunião é que cerca de 30% a 50% dos plantios
realizados estão com morte de mudas, além de grandes perdas no desenvolvimento,
mesmo com molhamento de emergência.
Os
replantios estão comprometidos pela falta de mudas e também já não há mais
tempo hábil para sua realização.
Lavoura em formação (primeira
produção)
As
lavouras em formação estão com maior comprometimento fisiológico. Foram
detectados:
- Murcha
pronunciada e grande escaldadura;
- Grande
percentual de frutos chochos;
- Perdas
de produtividade de até 50%, principalmente em regiões abaixo de 900m de
altitude, onde tem ocorrido evapotranspiração e temperaturas muito acima
das médias históricas.
Na
região do Cerrado, as perdas devem ser menores em função de melhor precipitação
em janeiro e maior uso de insumos e irrigação.
As
variedades Mundo Novo e Catucai, dentre as cultivares plantadas no Sul/Sudoeste de Minas e Cerrado Mineiro, estão apresentando maiores perdas,
podendo inclusive, haver comprometimento da arquitetura da planta.
Em
janeiro e no primeiro decêndio de fevereiro não houve crescimento de ramos.
Lavoura em produção
A umidade relativa muito baixa (abaixo de 50%) e
temperaturas elevadas (acima de 30C) prejudicaram a realização eficiente dos
tratos culturais e fitossanitários nas lavouras em produção, de acordo com o calendário
agrícola planejado.
- Intensa
escaldadura, principalmente na face do sol poente;
- Maior
pressão de bicho mineiro, ácaro vermelho e cercóspora;
- No
Sul/Sudoeste de Minas as adubações estão com grandes atrasos. Grande parte
da segunda adubação (dez/jan) não foi realizada ou teve seu aproveitamento
comprometido;
- Nas
regiões do Cerrado e Alta Mogiana, as adubações ocorreram dentro do
planejado, porém, com grande redução na eficiência;
- Grande
ocorrência de grãos chochos e/ou mal formados e com baixo peso, exceto nas
áreas irrigadas;
- Formação
do sintoma de coração negro e descolamento do grão/pergaminho com a casca
(grão desidratado).
Considerações finais
No
início deste ano, observamos condições climáticas extremas: temperaturas com
picos de 35C, evapotranspiração acima de 5 mm, amplitude térmica em torno de
16C, umidade relativa de 23% e precipitação no mês de janeiro de 20mm.
Não
temos relatos de que estes fatos foram observados anteriormente. Ainda é cedo
para quantificar o impacto da seca na safra 2014 e a sua influência na safra
2015. No entanto, já existe perda consolidada, tanto em quantidade quanto em
qualidade.
As
lavouras com melhor nível tecnológico de investimento (fertilização, manejo de
mato, irrigação, controle fitossanitário) apresentam menores índices de perda.
As
condições adversas extremas levaram os cafeeiros a produzirem grande quantidade
de ácido abscísico para estimular o fechamento dos estômatos. Juntamente com
esse efeito, as plantas acumularam grande quantidade de etileno e mesmo quando
ocorrerem a retomada das chuvas regulares, poderá haver grande desfolha e
perdas de frutos, pois as zonas de abscisão já se desenvolveram.
A partir
de agora, caso as chuvas não sejam regulares em volume e distribuição adequadas,
suficientes para suprir o déficit hídrico e repor o armazenamento de água no
solo, os prejuízos poderão ser ainda maiores na safra 2014 e 2015.
Fonte Cooxupé e Assul
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