Consumidores aderem ao 'meio gole' em cafeterias
de Campinas (Foto: Lucas Jerônimo/G1 Campinas)
Um tamanho diferente para o mesmo hábito ganha adeptos entre consumidores de café em cafeterias de Campinas (SP). Cada vez mais os amantes da bebida se rendem ao "meio gole", uma porção reduzida do tradicional cafezinho servido nesses estabelecimentos. A xícara do "café mini", que tem metade do tamanho das xícaras convencionais, é preferida entre pessoas que tomam café diariamente. A intenção é reduzir a quantidade ingerida em pequenos intervalos. Em média este formato da bebida feita no bule é vendido a R$ 1,50 na região central da cidade.
"Algumas pessoas dizem que é um café mini, outras chamam de meio gole. É interessante, normalmente as pessoas que bebem o cafezinho, um atrás do outro, preferem o mini, acho que para reduzir a quantidade e mesmo assim manter o costume de apreciar várias doses no dia", opina o aposentado João Carlos que administrou uma cafeteria por 19 anos. O estabelecimento que fica em uma galeria comercial no Centro da cidade agora é dirigido pelo filho dele, Gustavo Pavam Rodrigues. De acordo com ele, apesar das mudanças, a tradição permanece e o mini café continua entre os produtos preferidos da loja.
Público variado
O empresário Henrique Bitencourt é responsável por outra cafeteria tradicional no Centro de Campinas. Ele também atribuiu a maior parte do consumo do mini café às pessoas que tomam a bebida várias vezes ao dia. "Temos um publico variado, recebemos em nossa cafeteria pessoas com todos os gostos. Quanto ao mini café, se destacam esses consumidores, pessoas que tomam várias porções", explica Bitencourt. Alguns clientes da casa aderiram ao "meio gole" depois de receber orientação médica para um consumo moderado.
Tradição
Apesar de pouco conhecido, o mini tem se tornado parte da rotina destas casas especializadas em derivados de uma das bebidas mais vendidas do Brasil. "Temos a saída de cerca de 1,2 mil cafés diariamente, desta média cerca de 25% são mini cafés. Esse número se mantém satisfatório e sempre com uma perspectiva positiva. Nossa família é responsável por este café desde 1984 e o mini sempre esteve presente em nossa história", conta Bitencourt, da cafeteria que existe desde 1952. Ele ainda diz que não existe dados comparativos de venda do mini café em outros períodos, mas que o aumento na procura é gradativo.
O contador Roberto Ribeiro, de 66 anos, conta que muitos de seus atendimentos profissionais tem a cafeteria de Bitencourt como ponto de encontro. "O café pra mim é uma religião. Várias vezes tenho a cafeteria como ponto de encontro com pessoas que atendo. O ambiente, o café e a particularidade do mini fazem a diferença", afirma Ribeiro.
Os comerciantes afirmam que o consumo se mantém estável e com números positivos, ao contrário do relatório divulgado pela Associação Brasileira da Industria de Café (Abic) no último dia 17 de fevereiro que apontou recuo de 1,23% no consumo de café no Brasil no ano passado em comparação com 2012. "Aqui não sentimos essa queda, o consumo continua positivo. Do café de bule ao expresso a saída é satisfatória de ano a ano", argumenta João Carlos, que administrou por quase duas décadas uma cafeteria em Campinas.
Homens são maioria entre consumidores do mini café (Foto: Lucas Jerônimo/G1 Campinas)
G1 Campinas e Região
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