Os custos de produção do café arábica, entre janeiro e agosto, mantiveram o ritmo de alta enquanto os preços recuaram. De acordo com o estudo "Ativos do Café", elaborado pela CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), o COT (Custo Operacional Total) do grão apresentou aumento de 3% no período. Em direção contrária, os preços pagos aos produtores acumularam redução de 11,84%.
De acordo com o levantamento da CNA, no período, a composição dos custos de produção do café arábica apresentou diferenças expressivas quando se considera o tipo de manejo empregado. O diferente relevo das regiões produtoras é um fator decisivo na aplicação de tecnologias e na composição do COT.
Em regiões onde o manejo da cultura é manual, a maior participação no COT vem do grupo de custos com a colheita e a pós-colheita. Já em regiões mecanizadas a maior participação é dos fertilizantes. Entre janeiro e agosto, os custos com a colheita e a pós-colheita representaram, em média, R$ 178,96 por saca de 60 quilos da composição do COT nas regiões de cultivo manual. Já nas áreas mecanizadas o custo com o mesmo processo foi de R$ 71,80 por saca na composição do COT. Já as depreciações do maquinário ficaram em R$ 45,22 por saca em regiões mecanizadas. E, no caso do manejo manual, em R$ 39,78 por saca.
Os custos com mão de obra no trato da lavoura também se destacam. Em regiões não mecanizadas os gastos chegam a ser 205% superiores aos de regiões mecanizadas. Já os custos com insumos, em geral, são superiores em áreas mecanizadas. Os defensivos custaram em média R$ 32,49 por saca, e os corretivos R$ 6,39 por saca. Esses valores ficam respectivamente 74% e 15% superiores quando comparado com as regiões de manejo manual.
Margem
Com o Custo Operacional Total maior em 3% e a redução de 11,84% nos preços pagos pelo grão do café houve comprometimento significativo da renda dos cafeicultores. De acordo com o levantamento da CNA, em janeiro deste ano, com o café sendo negociado em média a R$ 317,48/saca de 60 quilos, apenas em três municípios: Capelinha (no Vale do Jequitinhonha), Franca (em São Paulo) e Luís Eduardo Magalhães (na Bahia) os produtores conseguiram cobrir o COT de uma saca produzida.
Se for considerada a PN (Produção de Nivelamento), que representa a produção mínima para cobrir o COT, em média a produtividade dos demais municípios analisados teria que ser em Capelinha 28% e em Franca 44% maior entre janeiro e agosto.
A maior produção de nivelamento, segundos a CNA, em agosto deste ano ocorreu, em Manhumirim, na Zona da Mata. No município seria necessária produtividade 75% superior para que o produtor conseguisse pagar o COT.
Em relação aos Custos Operacionais Efetivos (COE) da cafeicultura brasileira houve aumento de 4,04% entre janeiro e agosto de 2013. O valor corresponde ao aumento médio ponderado entre os custos do cafés arábica e conilon.
Vários fatores contribuíram para o aumento dos custos. Além do reajuste salarial, os preços dos insumos agrícolas foram decisivos. Os custos com os insumos se destacaram com aumento médio de 2,33% para regiões produtoras de arábica e de 16,22% para regiões produtoras de conilon. As condições favoráveis de mercado para o conilon podem ter estimulado o aumento na demanda por esses produtos.
FAEMG
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