terça-feira, 3 de setembro de 2013

Boletim Conjuntural do Mercado de Café ? Agosto de 2013



Valorização do dólar, queda das cotações do arábica e do robusta e oficialização dos instrumentos de política cafeeira no Brasil foram os destaques de agosto

O anúncio oficial dos instrumentos de política cafeeira que vigorarão na safra 2013/14 do Brasil, aliado às previsões de frio intenso na região Sul do País, ajudaram a sustentar as cotações do café arábica na Bolsa de Nova York na primeira quinzena de agosto. No entanto, a forte valorização do dólar observada a partir da terceira semana pressionou o Contrato C, cujo vencimento setembro encerrou o mês no patamar de US$ 1,12 por libra-peso, acumulando perdas de 650 pontos. O aumento dos estoques certificados na ICE Futures US também mereceu atenção, pois se elevaram 38.345 sacas. Em 31 de agosto, os estoques certificados somavam 2,79 milhões de sacas, o maior nível registrado no encerramento de um mês, desde fevereiro de 2010. 

A valorização do dólar é uma tendência mundial, em função da recuperação da economia norte-americana e da proximidade da suspensão do programa de estímulos do Banco Central dos Estados Unidos. No entanto, em função das incertezas dos investidores quanto aos rumos da economia brasileira, o real foi uma das moedas que mais se desvalorizou ante o dólar, com efeito sobre o mercado de café, uma vez que o Brasil é o maior exportador mundial dessa commodity. Na terceira semana de agosto, o câmbio brasileiro superou a barreira dos R$ 2,40 e atingiu o maior fechamento dos últimos 56 meses, no dia 21, a R$ 2,451. No acumulado do mês, a alta do câmbio foi de 4,6%.

Houve contenção da desvalorização do real a partir de 22 de agosto, com o anúncio de um programa do Banco Central do Brasil, que injetará US$ 60 bilhões no mercado até o final de 2013. Os recursos serão ofertados em leilões diários até 31 de dezembro, com o objetivo de reduzir especulações e atenuar a desvalorização da moeda nacional. Todas as sextas-feiras serão disponibilizados US$ 1 bilhão, com compromisso de recompra futura. De segunda a quinta-feira, a estratégia do BC será de venda de títulos, garantindo proteção às empresas contra variações bruscas no câmbio. A estratégia teve resultado positivo, uma vez que o dólar encerrou o mês abaixo dos R$ 2,40, mesmo com a tendência externa de alta, frente às expectativas de uma possível operação militar na Síria.

O mercado futuro da variedade robusta apresentou comportamento semelhante ao do café arábica, com sustentação de preços na primeira quinzena de agosto e forte desvalorização no segundo período do mês. O vencimento setembro do contrato 409 da Bolsa de Londres apresentou perda acumulada de US$ 124 por tonelada, mesmo com os estoques certificados atingindo o menor nível dos últimos 13 anos (1,32 milhão de sacas). O baixo nível do volume armazenado é resultado da redução das entregas do café da Indonésia, cuja produção tem sido afetada pelas fortes chuvas, e também pela retração de oferta de café do Vietnã, cujos produtores tentam negociar prêmios maiores pela saca. Segundo a agência Bloomberg, os produtores vietnamitas ainda têm em estoque cerca de 2,3 milhões de sacas de café da última temporada. Porém as cotações futuras antecipam uma safra abundante no país, cuja colheita será iniciada em outubro e as entregas a partir de novembro.

Estatísticas de exportações mundiais elaboradas pela Organização Internacional do Café (OIC) mostram que a demanda pelo robusta continua aquecida. No período de agosto de 2012 a julho de 2013 foram exportadas 44,18 milhões de sacas da variedade, representando 39,2% das exportações mundiais de café. Nota-se discreto crescimento da participação dessa variedade no comércio mundial, pois, no período anterior (agosto de 2011 a julho de 2012), foram exportadas 41,06 milhões de sacas de robusta (38,5% das vendas globais de café).

No mercado doméstico, os indicadores de preços do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada apresentaram tendência de estabilidade para o arábica e de queda para o conilon, que tiveram variação de, respectivamente, -0,1% e -2,9%, no acumulado do mês. Como a queda de preços do robusta foi mais acentuada, o diferencial de preços entre as variedades passou de R$ 25/saca, no início do mês, para R$ 38,9/saca, em 30 de agosto. Quanto ao andamento da safra brasileira, a Somar Meteorologia estima que, até o fim do mês passado, haviam sido colhidos 80% dos cafezais em São Paulo e 78%, em Minas Gerais. Porém, é grande a preocupação com a perda de qualidade, já que 30% dos grãos colhidos apresentavam algum tipo de defeito, consequência do inverno chuvoso que predominou nas origens brasileiras.

Em relação à política cafeeira, no mês de agosto houve a ratificação, pelo Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC), da distribuição dos recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) para a safra 2013/14. Além disso, foram oficialmente anunciadas: (i) a implantação de um programa de Opções Públicas de Venda que envolverá 3 milhões de sacas de 60 kg de café, para exercício em março de 2014, a um preço unitário de R$ 343; e (ii) a destinação de recursos próprios do Banco do Brasil, a taxa de juros do crédito rural, no valor de R$ 1,614 bilhão, conforme detalhado no Quadro 1.

Quadro 1: Recursos anunciados para a cafeicultura – safra 2013/14



Em agosto também foi iniciado o repasse dos recursos do Funcafé aos agentes financeiros. Dos R$ 3,16 bilhões autorizados, foram liberados R$ 957,616 milhões no total do mês. De acordo com publicações no Diário Oficial da União, os agentes que assinaram contrato com o Departamento do Café, da Secretaria de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, foram, por ordem de tomada de recursos, Bancoob, Itaú BBA, Banco Votorantim, Rabobank, Bicbanco, Banco Original, BPN Brasil e Banco Ribeirão Preto. A maior concentração da liberação dos recursos foi para a linha de estocagem.

Material elaborado pela assessoria técnica do Conselho Nacional do Café (CNC).



Fonte Original: Assessoria de comunicação - CNC

CNA

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