Com mais da metade da safra de café já colhida, produtores ainda
encontram dificuldades para ter acesso às linhas de crédito do Fundo de
Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé). Dentre os 27 agentes financeiros
que operam essa linha, apenas os Bancos Cooperativo do Brasil (Bancoob) e
o BPN Brasil assinaram contratos com o governo e estão aptos a iniciar o
repasse dos recursos.
O Bancoob irá repassar R$ 261,36 milhões, sendo que R$ 129,98 milhões
será para estocagem, R$ 25,414 milhões à compra de café por torrefações
e exportadores, R$ 77,282 milhões ao custeio das lavouras e R$ 18,684
milhões ao financiamento de capital de giro das cooperativas. O BPN
Brasil vai transferir no total R$ 42,503 milhões – R$ 22,566 milhões
para estocagem e R$ 13,937 milhões à aquisições de café.
O programa do Funcafé para esta safra, que já será liberado mais
tarde do que em 2012, prevê a liberação de R$ 3,14 bilhões, sendo R$
1,140 bilhão para estocagem. A linha de crédito para capital de giro das
empresas do setor contará com R$ 800 milhões, R$ 450 milhões para
cooperativas, R$ 200 milhões a torrefações e R$ 150 milhões a indústrias
de café solúvel.
Para custeio, o montante é de R$ 650 milhões. Outros R$ 500 milhões
serão liberados para aquisição de café. As operações de hedge em bolsa
contarão com R$ 50 milhões e a recuperação de cafezais, com R$ 20
milhões. A maioria das linhas de crédito do Funcafé tem juros de 5,5% ao
ano, mas apenas no financiamento para capital de giro, a taxa é de 6,5%
ao ano.
No caso do financiamento de estocagem, o limite de crédito é de R$ 1
milhão, com vencimento da operação em seis meses, não podendo passar de
30 de abril do ano seguinte ao da colheita para pagamento de pelo menos
metade do valor financiado. A segunda parcela vence em 12 meses, não
podendo exceder 31 de outubro.
Para adquirir o Financiamento para Aquisição de Café (FAC), destinado
a torrefadoras, indústrias de café solúvel, beneficiadores,
exportadores e cooperativas de cafeicultores, a linha de crédito prevê
que o café não pode ser comprado abaixo do preço mínimo de R$ 307/sc,
considerados ágios e deságios em relação à qualidade do produto, como já
pré-estabelecido pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
O limite de crédito por beneficiário é de 50% da capacidade anual de
beneficiamento ou industrialização, limitado a R$ 40 milhões, no período
de contratação que vai até 30 de dezembro e o pagamento deve ser feito
em duas parcelas, de seis e 12 meses. A linha de crédito para
financiamento de capital de giro tem limite de R$ 5 milhões para as
indústrias de torrefação e de café solúvel.
Para as cooperativas de produção, o limite corresponde a até 25% do
volume de cafés recebido a cada safra, multiplicado pelo preço mínimo
vigente, não podendo passar o teto de R$ 50 milhões. O período de
contratação vai até 30 de novembro para as indústrias, e até março para
cooperativas. O prazo de reembolso é de dois anos, com seis meses de
carência.
>> Ouça aqui a entrevista do superintendente da Cooparaíso, Francisco Ourique.
Fonte: Notícias Agrícolas // Juliana Ibanhes
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