segunda-feira, 13 de maio de 2013

Preço mínimo no fundo da xícara



O novo preço mínimo da saca de café, de R$ 307, é 17,3% maior frente ao que era praticado de 2009 até a semana passada 
(R$ 261,69). Mas não vai ser suficiente para o produtor arcar com os custos da safra que começa a ser colhida agora no Sul de Minas. Na maior região produtora do grão no estado, o agricultor tem gasto de R$ 315 a R$ 340 para bancar os custos necessários para ensacar 60 quilos de café verde. Tanto que a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) fechou as contas e considerou que o preço mínimo deveria ficar em R$ 336. 
O valor de garantia anunciado pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) foi considerado injustificável pelos cafeicultores mineiros. “O que está contando é especulação, não é a realidade”, afirma o representante comercial Marco Antônio Tempesta, que planta café em um sítio em Varginha, no Sul do estado. Ele mesmo calcula que seu custo de produção por saca varia de R$ 330 a R$ 340. E lembra que nos últimos anos os insumos encareceram muito, assim como a mão de obra. Novas exigências de contratação de temporários e de montagem de estrutura nas fazendas pesou no orçamento. “Não ligamos de pagar, mas nossa atividade tem que ter a remuneração adequada.”
João Roberto Puliti, que produz o grão em São Gonçalo do Sapucaí, também no Sul do estado, diz que apenas para arcar com a contratação do apanhador de café o custo é de R$ 170 por saca. Há ainda manutenção da fazenda durante todo o restante do ano, os gastos com adubos e fertilizantes, transporte, energia e beneficiamento até enviar o produto para a cooperativa. “A saca chegou a 
R$ 500, tudo subiu. Agora baixou para a média de R$ 280. Soube de produtor que está sem dinheiro pra comprar óleo de trator”, conta. Para ele, o pleito dos cafeicultores ao governo federal foi justo, principalmente em um cenário de estoques mundiais baixos. “Deveria ter sido atendido. O café, quando remunera o produtor, gera renda pra uma cadeia inteira, de muita gente.”
O assessor especial de Café da Seapa (Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento), Niwton Castro Moraes, lembra que “havia a expectativa de aprovação do preço pleiteado pelos produtores, principalmente neste momento de baixa do café e perdas na atividade”. O preço mínimo de R$ 340 tinha o aval do governo do estado. O presidente da FAEMG, Roberto Simões, e o presidente das comissões de Café da entidade e da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), Breno Mesquita, criticaram a decisão do Mapa. “Demonstra insensibilidade do governo com a gravidade e urgência do problema”, disse Simões. “Rasgaram o cálculo de custo de produção da Conab.” Para Mesquita, uma única palavra define a decisão sobre o preço mínimo: “decepção”. Até o fim da semana passada, representantes da Faemg e da CNA ainda tentavam entender quais foram as justificativas para a definição do valor de referência para a saca.

Estado de Minas

FAEMG

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