O secretário executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), José Carlos Vaz (foto: MAPA currículo),
disse hoje (28) que o governo adotará medidas para conter a queda do
preço do café. Vaz participou da reunião do Conselho Deliberativo da
Política do Café, vinculado ao Mapa, ao lado dos cafeicultores. O setor
privado reclama da queda do valor de comercialização do café em função
do aumento das exportações e alta da quantidade do produto no mercado.
Ontem (27), a Organização Internacional do Café (OIC) divulgou nota
expressando preocupação com a contração dos preços. Nos últimos 12
meses, o indicador da OIC recuou 28%.
"Vamos
focar na questão conjuntural, mas também na estrutural. Pedimos às
lideranças para levar aos produtores a mensagem de que o ministério fara
todo o esforço", disse o secretário executivo, que não especificou se
as medidas prometidas virão na forma de leilões do estoque do produto.
Silas Brasileiro (foto: Ruy Baron/Valor), presidente do
Conselho Nacional do Café, entidade que representa os produtores, disse
estar confiante de que o apoio do governo surtirá efeito. "A América
Central vai reduzir a oferta de café e acredito que na segunda quinzena
[de março] vamos ver uma reação [do preço do café] acontecendo",
declarou.
Além do
recuo do preço, a reunião tratou da Instrução Normativa 16, cuja
revogação foi publicada no Diário Oficial da União na segunda-feira
(25). Pela instrução, o governo passaria a fiscalizar a qualidade do
café. O secretário executivo José Carlos Vaz disse que não é atribuição
do Mapa fazer o monitoramento, já que o governo não fiscaliza qualquer
outro produto. Segundo ele, "a revogação [da Instrução Normativa 16]
teve mais receptividade [entre os produtores] do que sua continuidade".
O setor
cafeeiro, no entanto, está dividido quanto à questão. Silas Brasileiro
declarou que a decisão do governo causou surpresa. "Foi muito
preocupante para nós da produção, uma surpresa muito grande. Acho que
houve precipitação. Deveria ter sido mais discutido com o setor. O
prejuízo que causa é a insegurança", disse. De acordo com ele, nos
próximos 90 dias o setor produtivo encaminhará ao governo proposta de
uma nova regulamentação. O presidente da Associação Brasileira da
Indústria de Café (Abic), Américo Takamitsu Sato, disse que a instrução
não era suficiente para garantir a qualidade do café e que com a
revogação será possível "produzir outra norma, que proteja o
consumidor". A entidade tem o seu próprio programa de qualidade, o Selo
de Pureza Abic.
Agência Brasil – EBC
Mariana Branco, Repórter da Agência Brasil
Edição: Aécio Amado
Nenhum comentário:
Postar um comentário